A demanda mundial de etanol poderá triplicar nos próximos dez anos passando dos atuais 70 bilhões de litros para mais de 200 bilhões de litros até 2020, caso sejam cumpridas as metas dos países que determinaram mandatos de mistura do etanol à gasolina até o fim da década. A estimativa foi apresentada nesta terça-feira (7) pelo ex-ministro do Meio Ambiente, o físico e professor da Universidade de São Paulo (USP), José Goldemberg, no Ethanol Summit.
Segundo ele, a tecnologia que o Brasil possui atualmente para os biocombustíveis é suficiente para que o país tenha condições de triplicar a produção e dominar o mercado nos próximos dez anos.
"Há então uma janela de oportunidade muito grande para ampliar a produção atual", avaliou. “Com a tecnologia atual, que vai bastante bem, o Brasil pode dobrar ou triplicar sua produção. O Brasil está tão na frente que domina o mercado nos próximos dez anos”, acrescentou.
Goldemberg destacou que o volume de etanol produzido em 2020 será capaz de substituir 20% do consumo mundial de gasolina previsto para daqui a dez anos, que é de 1 trilhão de litros.
Meio ambiente
O ex-ministro ressaltou que substituir parte do uso da gasolina por etanol é uma das formas de o mundo não abrir mão dos automóveis e ter condições ambientais toleráveis no futuro. Ele lembrou que um terço da energia do mundo é utilizada para transporte, principalmente, em automóveis, que usam em maioria combustível derivado do petróleo.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, que também participou do Ethanol Summit, a frota atual de veículos flex fuel (bicombustíveis) no Brasil é de 15 milhões de unidades. A estimativa segundo ele, é de que em 2017 o etanol responda por 31,4% da matriz de combustíveis no país, frente a 12,8% da gasolina. Em 2008, a gasolina ocupava 25,6% e o etanol por 17,9%.
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, confirmou ontem que a estatal não irá alterar a política de preço da gasolina e do diesel, e continuará trabalhando com preços estáveis no longo prazo.
Eles destacou que em países como Estados Unidos e Japão, onde a gasolina tem o preço livre, as cotações variam tudo o dia, o que, segundo o diretor, não seria bom para o Brasil.
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