Com o aumento drástico da devastação nos últimos meses, Amazônia vai para a capa dos jornais novamente. Código dos ruralistas é apontado como causa.
Se o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) queria chamar atenção, ele conseguiu: a derrubada do Código Florestal proposta por ele e seus pares está estampada na capa dos principais jornais brasileiros esta semana: lado a lado com a notícia do aumento explosivo do desmatamento na Amazônia. A apuração dos veículos deu voz a quem está no campo e confirmou: a única explicação para a disparada das derrubadas são as promessas de ruralistas de anistiar quem desmatou e reduzir as áreas de proteção.
A reviravolta no desmatamento – as taxas estavam em consecutivas quedas nos últimos anos – também chamou a atenção da imprensa internacional. Os britânicos Independent e BBC repercutiram a crise anunciada pelo governo.
Não foi à toa que a imprensa voltou novamente os olhos para a região. O aumento de mais de 500% no desmatamento divulgado pelo Inpe e pelo Imazon é uma surpresa nessa época de chuvas. E apesar de altos, os números estão subestimados, já que a cobertura de nuvens impediu a visualização total das áreas. O estado do Pará, por exemplo, tradicional campeão das derrubadas, estava completamente debaixo de nuvens e quase não entrou na conta.
Esses números, porém, vão aparecer lá na frente. E serão somados à devastação que sempre chega com força na temporada da seca, que inicia nos próximos meses. Com compromissos internacionais de reduzir nossas emissões, a presidente Dilma está numa saia justa. Terá que explicar na Rio +20 como deixou a Amazônia voltar aos tempos de destruição logo em seus primeiros meses à frente do país.
(Greenpeace Brasil, 20/05/2011)
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